quinta-feira, 16 de maio de 2013

Movimento anti-MGF "Bahia da Torcida" será lançado sexta


Após os 7 a 3 no Ba-Vi de domingo, estopim de uma crise que envolve Marcelo Guimarães Filho nas esferas administrativa, política e criminal, estouraram manifestações de torcedores pedindo a renúncia do presidente do Bahia.
Um dos principais movimentos, batizado "Bahia da Torcida", organizado por forças políticas suprapartidárias e empresariais, será deflagrado nesta sexta-feira, 17, às 18h, junto com o lançamento de um manifesto de democratização do clube.
O local alugado foi o auditório da Arena Fonte Nova - por simbolismo com a história tricolor. O movimento exigirá a renuncia do presidente, aprovação de um novo estatuto e a democratização do clube.

"Nossa principal força será a pressão popular contra Marcelo Guimarães Filho. É só ver as manifestações. Ele está encurralado. A situação é insustentável", diz Fernando Schmidt, ex-presidente tricolor (1976-1979) e hoje secretário estadual de Relações Internacionais.
Nos próximos dias, estão previstas ações publicitárias para adesão em massa do torcedor na causa. Haverá outdoors, anúncios em jornais e um vídeo publicitário nas emissoras de TV. A peça será dirigida por Marcio Cavalcante, o mesmo do filme "Bahêa, Minha Vida".
Além de Schmidt, outra liderança do movimento é o publicitário Sidônio Palmeira, dono da empresa Leiaute, que presta serviço de propaganda ao governo do estado.
"A principal bandeira do movimento é democratizar o Bahia de verdade. Por isso, será fundamental, e esta é uma meta nossa, reunir lideranças politicas de vários partidos distintos, artistas de várias vertentes e torcedores tricolores de um modo geral", afirma Sidônio.
Como convidados estão presentes lideranças como o ex-jogador Bobô, os senadores Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB), o deputado federal Nelson Pelegrino, o estadual Uziel Bueno - autor da ação da CPI do futebol (leia mais abaixo) - Guilherme Bellintani, secretário municipal  de desenvolvimento, Saul Quadros, ex-presidente da OAB na Bahia, e a primeira-dama Fátima Mendonça. 
O ex-jogador e deputado federal Romário (PSB), o governador da Bahia Jaques Wagner (PT), e o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) ficaram de confirmar presença. 
Renúncia - Além da pressão política e popular, serão também usadas como força para a renúncia dois argumentos.
Primeiro, a CPI na Assembleia Legislativa,  que tem como um dos temas a investigação da notícia-crime protocolada na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, que levanta suspeita sobre Marcelo Filho de estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As denúncias se baseiam no caso 'Calcio', denunciado por A TARDE em junho passado.
O outro elemento é o processo que corre na justiça para destituir o presidente do cargo, alegando irregularidade na reeleição dele em 2011 a partir da formação do conselho. 
O movimento tenta canalizar todas as manifestações e a insatisfação dos torcedores. Na última quarta-feira, 15 contra o Luverdense, começou a campanha "Público Zero", fomentada pelas organizadas Bamor e Povão. A meta é fazer com que a torcida só retorne aos estádios após a atual diretoria deixar o clube.
"Em momentos anteriores, já houve outros movimentos populares contra o atual grupo que gere o Bahia. Aparentemente, eles não tiveram resultados. Mas, na verdade eles se somam em uma força crescente até que a situação fique insustentável. É o que está acontecendo agora. Não custa lembrar que a ditadura militar demorou 21 anos para cair", declara Schmidt.
Programa de exigências do "Bahia da Torcida"
1 - Renúncia da atual diretoria e designação de uma diretoria provisória para concluir este mandato
2 - Auditoria geral nas contas e no patrimônio do clube
3 - Manutenção de seus compromissos com patrocinadores e Arena
4 - Reforma dos estatutos para democratizar o clube e fiscalizar a gestão
5 - Levantamento do quadro social e abertura de prazo para novas filiações
6 - Preparação de uma equipe capaz de disputar, com dignidade, o Brasileirão
A pressão que pesa sobre Marcelo Filho
1 - CPI na Assembleia Legislativa da Bahia para investigar irregularidades
na gestão do tricolor
2 - Processo judicial em andamento para destituir o presidente do cargo
3 - Reunião de lideranças políticas na Bahia insatisfeitas com sua gestão no clube
4 - Protestos da torcida como a "Revolta da Caxirola", o "Público Zero" e a invasão da Bamor ao Fazendão, CT do Bahia, além de manifestações na internet

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