O nome de Marcelo Guimarães Filho não deixou de ser dito ou lido um dia sequer nos últimos dois meses. Afastado da presidência do Bahia por uma determinação judicial, o dirigente era presença constante nos noticiários. Mas se manteve recluso. Por orientação do advogado, o ex-presidente do clube passou por uma período de hibernação com a imprensa. Não atendia telefonemas nem retornava e-mails. Pronunciava-se somente através de notas oficiais e tentativas de liminares na justiça. No entanto, com a eleição de Fernando Schmidt para a presidência e a divulgação do relatório de uma auditoria realizada no Tricolor, Marcelo Guimarães Filho deixou seu “esconderijo”.
O dirigente procurou jornalistas do jornal Correio*, de Salvador, e disse que queria falar. Uma verdadeira tropa foi montada para esclarecer com o dirigente os problemas apontados pela auditoria realizada pela empresa Performance. Dez repórteres de diferentes veículos, entre eles o GLOBOESPORTE.COM, participaram do encontro. Durante aproximadamente duas horas, Marcelo Filho foi sabatinado sobre a venda de Anderson Talisca, ingressos cedidos na Arena Fonte Nova, dívida do clube com empresa de seu pai, contratação de suas irmãs e o grande déficit apontado pela auditoria.
NÃO PERCA: Confira ainda neste sábado uma entrevista exclusiva com o presidente do Bahia, Fernando Schmidt
Nesta matéria, você acompanha a segunda parte da entrevista com o dirigente do Bahia. Ele explica como foi feita a negociação de venda de Anderson Talisca, diz que errou ao não explicar como foram feitas as negociações do clube, questionou a eleição do novo conselho, de Fernando Schmidt, disse acreditar que o Tricolor está sendo utilizado para fins políticos e manteve a confiança no retorno à presidência do clube.
- Eu tenho que acreditar. Eu acho que a Justiça precisa decidir. Em algum momento será decidido quem está certo e quem está errado. Eu acho que estou certo e acredito que a sentença sairá a meu favor. Tenho desejo de cumprir meu mandato – afirmou.
Confira abaixo a segunda parte da entrevista com o ex-presidente do Bahia
O Bahia fez um contrato de R$ 9 milhões com a Arena e R$ 5 milhões foram pra pagar o CT e R$ 1,2 milhão de ingressos. Tudo descontado na fonte, vamos dizer. Sobra pouco para o clube investir, não?
A análise, com todo respeito, não pode ser tão simplória, o Bahia tem apenas a receita da Arena Fonte Nova. De qualquer forma, mesmos sendo descontos na fonte, foram descontos ou atividades que o Bahia fez com a consciência de que eram necessários naquele momento pra fazer relacionamento, para conquistar uma coisa no futuro, por força de contrato. Muita gente dá uma conotação que foi feito algo fora do padrão e que se desperdiçou. Tem gente que me para na rua e diz “Quanto ingresso o Bahia deu!” (risos).
A análise, com todo respeito, não pode ser tão simplória, o Bahia tem apenas a receita da Arena Fonte Nova. De qualquer forma, mesmos sendo descontos na fonte, foram descontos ou atividades que o Bahia fez com a consciência de que eram necessários naquele momento pra fazer relacionamento, para conquistar uma coisa no futuro, por força de contrato. Muita gente dá uma conotação que foi feito algo fora do padrão e que se desperdiçou. Tem gente que me para na rua e diz “Quanto ingresso o Bahia deu!” (risos).
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Um questionamento que se faz é por que o contrato foi tão baixo em relação, por exemplo, ao que o Náutico fez com a Arena Pernambuco, já que as arenas são geridas pelas mesmas empresas. Por que? Você recebeu algum tipo de pressão para fechar com a Fonte Nova? Houve pressão do governo? Você hoje considera o contrato bom?
Considero o contrato bom, aliás, excelente. Não recebi nenhum tipo de pressão para assinar o contrato. Pelo contrário, acho que a gente segurou o máximo pra fechar o contrato. E desconheço essa informação que o contrato do Náutico seja melhor que o do Bahia. Não existe isso. O Náutico até onde eu sei recebe ou R$ 350 mil ou R$ 500 mil por mês para jogar lá. Há uma diferença entre o Bahia e o Náutico. O Náutico tinha um terreno num local extremamente bem localizado e que esse terreno, até onde eu sei, não vi o contrato, entrou na negociação. É bastante diferente. O Bahia não tem nada, não tem estádio pra jogar e teve que negociar com a Fonte Nova. O Náutico tem onde jogar, tem um terreno extremamente bem valorizado e fazer uma negociação com a arena. Ainda assim, o contrato do Bahia com Arena Fonte Nova junto do contrato do Náutico com a Arena Pernambuco é muito mais vantajoso. Nós, na época, tivemos acesso a isso. Se não me engano, o Náutico recebia R$ 350 mil inicialmente e, com a evolução do contrato, receberia R$ 500 mil. O contrato do Bahia é muito bom, é um ótimo contrato, e mais, é um contrato de apenas cinco anos. Daqui a cinco anos, isso vai permitir uma renegociação desse contrato onde a gente pode, quem estiver à frente do clube, trazer mais direito. (Jorge Copello faz, então, um adendo: são R$ 9 milhões fixos mais variáveis).
E contrato do Bahia é, no meu ponto de vista, tão bom que nós conseguimos garantir uma receita fixa porque nós não tínhamos nenhuma segurança, como ninguém tinha, do que é que ia acontecer, se o estádio ia ou não ficar cheio. Tanto que a gente conseguiu uma receita fixa e jogou um percentual em cima da média de público se o estádio enchesse. Como era uma experiência nova, nós não sabíamos o que ia acontecer. O pessoal tá fazendo público zero porque Schmidt é presidente? Deu 5 mil pessoas no último jogo...
Mas esse contrato que o Bahia fez não causou o que a gente está vendo, um estádio vazio?
Não, acho que aí não uma discussão que cabe ao Bahia apenas. Aí é uma questão estrutural, conjuntural. Está acontecendo no Rio de Janeiro, vai acontecer em São Paulo, é uma experiência nova, ninguém sabia como ia ser essa gestão. A gente conseguiu fazer um contrato de cinco anos, o que foi ótimo nesse sentido porque a gente vai conseguir renegociar no futuro. Não é um problema só daqui. Está claro que tem um problema com o preço do ingresso, sem dúvida nenhuma. Tanto que desde antes, o público vinha se mostrando receoso ou reticente em ir ao estádio. Deu cinco, seis mil no último jogo? O público foi muito pouco, muito pequeno.
Considero o contrato bom, aliás, excelente. Não recebi nenhum tipo de pressão para assinar o contrato. Pelo contrário, acho que a gente segurou o máximo pra fechar o contrato. E desconheço essa informação que o contrato do Náutico seja melhor que o do Bahia. Não existe isso. O Náutico até onde eu sei recebe ou R$ 350 mil ou R$ 500 mil por mês para jogar lá. Há uma diferença entre o Bahia e o Náutico. O Náutico tinha um terreno num local extremamente bem localizado e que esse terreno, até onde eu sei, não vi o contrato, entrou na negociação. É bastante diferente. O Bahia não tem nada, não tem estádio pra jogar e teve que negociar com a Fonte Nova. O Náutico tem onde jogar, tem um terreno extremamente bem valorizado e fazer uma negociação com a arena. Ainda assim, o contrato do Bahia com Arena Fonte Nova junto do contrato do Náutico com a Arena Pernambuco é muito mais vantajoso. Nós, na época, tivemos acesso a isso. Se não me engano, o Náutico recebia R$ 350 mil inicialmente e, com a evolução do contrato, receberia R$ 500 mil. O contrato do Bahia é muito bom, é um ótimo contrato, e mais, é um contrato de apenas cinco anos. Daqui a cinco anos, isso vai permitir uma renegociação desse contrato onde a gente pode, quem estiver à frente do clube, trazer mais direito. (Jorge Copello faz, então, um adendo: são R$ 9 milhões fixos mais variáveis).
E contrato do Bahia é, no meu ponto de vista, tão bom que nós conseguimos garantir uma receita fixa porque nós não tínhamos nenhuma segurança, como ninguém tinha, do que é que ia acontecer, se o estádio ia ou não ficar cheio. Tanto que a gente conseguiu uma receita fixa e jogou um percentual em cima da média de público se o estádio enchesse. Como era uma experiência nova, nós não sabíamos o que ia acontecer. O pessoal tá fazendo público zero porque Schmidt é presidente? Deu 5 mil pessoas no último jogo...
Mas esse contrato que o Bahia fez não causou o que a gente está vendo, um estádio vazio?
Não, acho que aí não uma discussão que cabe ao Bahia apenas. Aí é uma questão estrutural, conjuntural. Está acontecendo no Rio de Janeiro, vai acontecer em São Paulo, é uma experiência nova, ninguém sabia como ia ser essa gestão. A gente conseguiu fazer um contrato de cinco anos, o que foi ótimo nesse sentido porque a gente vai conseguir renegociar no futuro. Não é um problema só daqui. Está claro que tem um problema com o preço do ingresso, sem dúvida nenhuma. Tanto que desde antes, o público vinha se mostrando receoso ou reticente em ir ao estádio. Deu cinco, seis mil no último jogo? O público foi muito pouco, muito pequeno.
Não foi informado em nenhum momento de sua gestão que havia sido vendido 40% de Talisca...
Foi informado.
Foi informado.
A questão não é informar ou não informar a venda de Talisca. O clube tem o direito de vender os jogadores. Mas Talisca é um jogador com passagem por seleção de base e teve 40% vendido por R$ 400 mil. Queria saber: para quem e por quê um valor tão baixo?
Divirjo de vocês no seguinte: foi publicizado, sim. Divulgamos isso na época sim. O que aconteceu com Talisca? Eu vou repetir o que já disse lá atrás. Talisca era empresariado por Reginaldo, da Bahia Soccer, um braço da Antoniu’s. Em determinado momento, a empresa de Bobô, Jessé e Sandro...
Divirjo de vocês no seguinte: foi publicizado, sim. Divulgamos isso na época sim. O que aconteceu com Talisca? Eu vou repetir o que já disse lá atrás. Talisca era empresariado por Reginaldo, da Bahia Soccer, um braço da Antoniu’s. Em determinado momento, a empresa de Bobô, Jessé e Sandro...
Você reafirma que é a empresa de Bobô?
Com certeza absoluta. Ele foi no Bahia para tratar de negociação de atleta...Você vai tratar por uma empresa que não é sua? Ele já tinha tirado Vander do Bahia, foi e assediou o Talisca. Nós tínhamos renovado o contrato dele com a Bahia Soccer. Ele assediou o Talisca para sair da Bahia Soccer e ir trabalhar com eles. Nesse momento, para que o Bahia não perdesse o atleta, porque o atleta sairia do clube, nós tivemos que fazer uma operação de emergência para comprar novamente os direitos econômicos e federativos do Talisca. Chamamos novamente, eu chamei pessoalmente, a negociação foi feita diretamente pela presidência. O Reginaldo foi lá no Mundo Plaza e eu disse: “Olhe, nós vamos perder o atleta. O atleta está saindo do clube. Ele não quer mais que você o represente. Ele está indo ser representado pela empresa de Jessé, Sandro e Bobô”. Ele respondeu: “Marcelinho, eu sei disso. Já tentei persuadir o atleta. Ele não quer ficar e nós vamos perder”. Bom, para não perder a gente teria que comprar. Eles (Bobô, Sandro e Jessé) estavam pedindo R$ 2 milhões, depois R$ 1,5 milhão para renovar o contrato senão tiraria o atleta do Bahia...
Com certeza absoluta. Ele foi no Bahia para tratar de negociação de atleta...Você vai tratar por uma empresa que não é sua? Ele já tinha tirado Vander do Bahia, foi e assediou o Talisca. Nós tínhamos renovado o contrato dele com a Bahia Soccer. Ele assediou o Talisca para sair da Bahia Soccer e ir trabalhar com eles. Nesse momento, para que o Bahia não perdesse o atleta, porque o atleta sairia do clube, nós tivemos que fazer uma operação de emergência para comprar novamente os direitos econômicos e federativos do Talisca. Chamamos novamente, eu chamei pessoalmente, a negociação foi feita diretamente pela presidência. O Reginaldo foi lá no Mundo Plaza e eu disse: “Olhe, nós vamos perder o atleta. O atleta está saindo do clube. Ele não quer mais que você o represente. Ele está indo ser representado pela empresa de Jessé, Sandro e Bobô”. Ele respondeu: “Marcelinho, eu sei disso. Já tentei persuadir o atleta. Ele não quer ficar e nós vamos perder”. Bom, para não perder a gente teria que comprar. Eles (Bobô, Sandro e Jessé) estavam pedindo R$ 2 milhões, depois R$ 1,5 milhão para renovar o contrato senão tiraria o atleta do Bahia...
Você não tinha renovado com ele?
A gente tinha renovado um tempo antes. Não lembro quando a gente tinha renovado. (Nesse momento, Jorge Copello, então diretor administrativo, pede a palavra e esclarece: “Na verdade é o seguinte: a gente tinha renovado, mas não foi para o papel. Tinha acertado as bases salariais com o pessoal). Foi isso aí. Pediram R$ 2 milhões, depois R$ 1,5 milhão, uma negociação normal. Chegou-se ao número de R$ 800 mil. Era o número final. Dali não abaixava mais e não aumentava mais. O que a gente precisava fazer? O Bahia não tem R$ 800 mil para dar. Se não desse, ia perde o Bahia, ia perder a Bahia Soccer, ia perder todo mundo. O que nós fizemos? Bom, qual o esforço que o Bahia pode fazer? R$ 400 mil é o máximo que o Bahia tem para pagar ao atleta. E os outros R$ 400? Não tem. O que é que o Bahia fez? O que é que eu fiz? Prestígio pessoal. Liguei para Carlos Leite, que é um empresário de futebol e disse: “Carlos Leite, tem um jogador aqui no Bahia chamado Talisca. É um jogador com passagem pela seleção ect e tal. Você se interessa em ajudar o Bahia para renovar o contrato?”. É corriqueiro no futebol brasileiro isso. Ele disse que se interessava. Poderia dizer que não e eu iria buscar outra pessoal. O Bahia comprou 40% do atleta com R$ 400 mil e ele comprou os outros 40%. Os outros 20% ficaram com Sandro, Jessé e Bobô, que não tinham nada e ficaram com esse percentual de graça na renovação, de bônus. Nós divulgamos isso, que renovamos o contrato.
A gente tinha renovado um tempo antes. Não lembro quando a gente tinha renovado. (Nesse momento, Jorge Copello, então diretor administrativo, pede a palavra e esclarece: “Na verdade é o seguinte: a gente tinha renovado, mas não foi para o papel. Tinha acertado as bases salariais com o pessoal). Foi isso aí. Pediram R$ 2 milhões, depois R$ 1,5 milhão, uma negociação normal. Chegou-se ao número de R$ 800 mil. Era o número final. Dali não abaixava mais e não aumentava mais. O que a gente precisava fazer? O Bahia não tem R$ 800 mil para dar. Se não desse, ia perde o Bahia, ia perder a Bahia Soccer, ia perder todo mundo. O que nós fizemos? Bom, qual o esforço que o Bahia pode fazer? R$ 400 mil é o máximo que o Bahia tem para pagar ao atleta. E os outros R$ 400? Não tem. O que é que o Bahia fez? O que é que eu fiz? Prestígio pessoal. Liguei para Carlos Leite, que é um empresário de futebol e disse: “Carlos Leite, tem um jogador aqui no Bahia chamado Talisca. É um jogador com passagem pela seleção ect e tal. Você se interessa em ajudar o Bahia para renovar o contrato?”. É corriqueiro no futebol brasileiro isso. Ele disse que se interessava. Poderia dizer que não e eu iria buscar outra pessoal. O Bahia comprou 40% do atleta com R$ 400 mil e ele comprou os outros 40%. Os outros 20% ficaram com Sandro, Jessé e Bobô, que não tinham nada e ficaram com esse percentual de graça na renovação, de bônus. Nós divulgamos isso, que renovamos o contrato.
Você não disse especificamente como foi, apenas que Carlos Leite foi importante.
Porque, evidentemente, talvez até não faça isso no futuro, mas os contratos são feitos entre pessoas de empresas privadas, não tem que ficar se discutindo isso. Aliás, tem até uma coisa que eu vejo que há dois pesos e duas medidas da imprensa em geral. Quando o Bahia vende um jogador, quando o Bahia diz que vai vender um jogador, o Bahia tem que publicar o extrato da conta, detalhar a conta. Quando o nosso rival vende um atleta, não vejo ninguém perguntar quanto foi, quanto entrou de dinheiro, para onde foi o dinheiro, como foi feito. Nenhuma nota. (Sacha completa: “Não criticaram Alexi por Vander está no Vitória e Willie no Vasco com passe estipulado em R$ 1 milhão).
Porque, evidentemente, talvez até não faça isso no futuro, mas os contratos são feitos entre pessoas de empresas privadas, não tem que ficar se discutindo isso. Aliás, tem até uma coisa que eu vejo que há dois pesos e duas medidas da imprensa em geral. Quando o Bahia vende um jogador, quando o Bahia diz que vai vender um jogador, o Bahia tem que publicar o extrato da conta, detalhar a conta. Quando o nosso rival vende um atleta, não vejo ninguém perguntar quanto foi, quanto entrou de dinheiro, para onde foi o dinheiro, como foi feito. Nenhuma nota. (Sacha completa: “Não criticaram Alexi por Vander está no Vitória e Willie no Vasco com passe estipulado em R$ 1 milhão).
Em relação à venda de Filipe, a empresa Almeida e Dale tinha direito a 15%, segundo a auditoria, mas recebeu 30% sem ter havido nenhuma alteração no contrato.
Quem tinha 15% desse atleta era a Virtus, de uma pessoa chamada Marcos. Ele vendeu os 15% dele para a empresa Almeida e Dale (que já tinha 15%). O pagamento foi feito à empresa Almeida e Dale. Esse contrato entre a Virtus e a Almeida e Dale deve estar entre eles.
Quem tinha 15% desse atleta era a Virtus, de uma pessoa chamada Marcos. Ele vendeu os 15% dele para a empresa Almeida e Dale (que já tinha 15%). O pagamento foi feito à empresa Almeida e Dale. Esse contrato entre a Virtus e a Almeida e Dale deve estar entre eles.
Você acabou de falar que podia fazer algumas coisas diferentes do que você fez. Após esse período todo, qual avaliação que você faz. Do que acha de tudo que veio a público da sua gestão, o que você faria diferente?
No caso de venda de jogador, por exemplo, embora tivesse e tenha (e eu acho justo que tenha) cláusulas de confidencialidade, publicar tudo isso. Passar por cima das cláusulas de confidencialidade e mostrar para a torcida. Fui ficar preso ao que os contratos diziam, e terminamos gerando naturais dúvidas e questionamentos em relação à venda de atletas. No mais, eu acho que tudo o que aconteceu foi natural. Natural, digo a pressão da torcida. É natural pela grandeza do clube, pelo desempenho em campo. Vai acontecer sempre. Comigo, com outro presidente qualquer. É diferente, por exemplo, de nosso rival. O Bahia é pressão, tem que ganhar sempre. Em termos de torcida isso vai sempre acontecer. Uma coisa que poderia ter feito diferente era isso: publicizar essas vendas, de maneira mais clara e não me prendendo ao que o jurídico dizia sobre as cláusulas de confidencialidade.
No caso de venda de jogador, por exemplo, embora tivesse e tenha (e eu acho justo que tenha) cláusulas de confidencialidade, publicar tudo isso. Passar por cima das cláusulas de confidencialidade e mostrar para a torcida. Fui ficar preso ao que os contratos diziam, e terminamos gerando naturais dúvidas e questionamentos em relação à venda de atletas. No mais, eu acho que tudo o que aconteceu foi natural. Natural, digo a pressão da torcida. É natural pela grandeza do clube, pelo desempenho em campo. Vai acontecer sempre. Comigo, com outro presidente qualquer. É diferente, por exemplo, de nosso rival. O Bahia é pressão, tem que ganhar sempre. Em termos de torcida isso vai sempre acontecer. Uma coisa que poderia ter feito diferente era isso: publicizar essas vendas, de maneira mais clara e não me prendendo ao que o jurídico dizia sobre as cláusulas de confidencialidade.
Como você acompanhou a votação do Bahia para presidente? Como acompanhou a felicidade da torcida em estar votando? O que você achou disso? Acha que poderia ter feito isso? Por que você não fez isso?
Com relação à torcida, eu acho que tudo o que a torcida fez, tudo o que a torcida faz é absolutamente normal. Todo torcedor é igual. Ninguém é mais ou menos Bahia. Todo presidente de clube passa por momentos bons e difíceis. Todos são carregados, todos são criticados. Vou responder essa pergunta dizendo o seguinte: assistir a uma entrevista de Kalil, presidente do Atlético-MG. O cara perguntou a ele qual a maior alegria como presidente. Ele respondeu: “Foi a torcida do Galo gritando, no estádio cheio: Kalil, Kalil, Kalil”. E sua maior decepção? “Foi a torcida do Galo gritando no estádio: Kalil ladrão, Kalil Ladrão, quando tomou 6 a 1 do Cruzeiro”. O que acontece com um presidente de clube acontece com qualquer um porque quando se dirige um clube de massa, você tem que ganhar sempre. Se não ganhou, virão as críticas, virão os torcedores exaltados. Principalmente quando você tem um tempo longo de presidência, quatro, cinco anos, como era o meu caso. Natural.
Com relação à torcida, eu acho que tudo o que a torcida fez, tudo o que a torcida faz é absolutamente normal. Todo torcedor é igual. Ninguém é mais ou menos Bahia. Todo presidente de clube passa por momentos bons e difíceis. Todos são carregados, todos são criticados. Vou responder essa pergunta dizendo o seguinte: assistir a uma entrevista de Kalil, presidente do Atlético-MG. O cara perguntou a ele qual a maior alegria como presidente. Ele respondeu: “Foi a torcida do Galo gritando, no estádio cheio: Kalil, Kalil, Kalil”. E sua maior decepção? “Foi a torcida do Galo gritando no estádio: Kalil ladrão, Kalil Ladrão, quando tomou 6 a 1 do Cruzeiro”. O que acontece com um presidente de clube acontece com qualquer um porque quando se dirige um clube de massa, você tem que ganhar sempre. Se não ganhou, virão as críticas, virão os torcedores exaltados. Principalmente quando você tem um tempo longo de presidência, quatro, cinco anos, como era o meu caso. Natural.
Fui ficar preso ao que os contratos diziam, e terminamos gerando naturais dúvidas e questionamentos em relação à venda de atletas"
Marcelo Guimarães Filho
Com relação ao processo eleitoral, eu acho o seguinte: fui muito criticado porque criou-se a ideia de que nós atropelávamos o estatuto, não divulgávamos a lista de sócios, cometíamos ilegalidade, o que não cometíamos. Tudo isso aconteceu nessa eleição. O Schmidt, que está colocado hoje pela Justiça, não era sócio do clube. Foi aprovado um estatuto novo, numa assembleia geral de sócios, e esse estatuto, aprovado durante a intervenção, diz que o sócio precisa ter 12 meses para ser votado no clube. Schmidt não tem 12 meses de sócio. Ele não era sócio. Ele foi lá, pagou 12 meses de uma vez só, R$ 480. O Valton não era sócio, foi lá e pagou 12 meses de vez. O interventor aceitou e eles se candidataram. Há ilegalidade maior do que essa?
Por que você não registrou o estatuto e o Bahia continuou com o estatuto de 2008, já que é um ato simples ir em um cartório?
É um ato simples, foi uma falha. Nós registramos a ata da mudança do estatuto. A ata está registrada em cartório. O mais importante para a gente, em nossa opinião, era ter registrado a ata da reunião que mudou o estatuto. Esta ata está registrada em cartório com todas as mudanças que foram feitas. Nós íamos fazer o registro, deveríamos ter feito um registro, só que ficamos de enviar para um revisor. Nesse ínterim, realmente caiu no vazio, nós esquecemos. Foi uma falha.
É um ato simples, foi uma falha. Nós registramos a ata da mudança do estatuto. A ata está registrada em cartório. O mais importante para a gente, em nossa opinião, era ter registrado a ata da reunião que mudou o estatuto. Esta ata está registrada em cartório com todas as mudanças que foram feitas. Nós íamos fazer o registro, deveríamos ter feito um registro, só que ficamos de enviar para um revisor. Nesse ínterim, realmente caiu no vazio, nós esquecemos. Foi uma falha.
Agora, voltando ao processo eleitoral, o estatuto foi resgado. O estatuto aprovado pela intervenção foi rasgado e quem está lá, está lá ilegalmente. Há ilegalidade maior do que essa? Tem gente no conselho, por exemplo, os irmão de Valton Pessoa, que estão nesse conselho agora, eles não eram sócios do clube. Deixaram de pagar e não eram. Respeitando o estatuto aprovado pela intervenção, não tinham que estar lá. Eles tinham que cumprir o prazo de um ano para serem candidatos. Eu não vi ninguém falar nada sobre isso.
Você pretende entrar com alguma ação por causa disso?
Não. A Justiça está tratando do processo. Eu acredito que nós temos razão. Em algum momento, se a decisão favorável acontecer, eu vou obedecer, como obedeci a decisão lá atrás, de me afastar. Aliás, todo esse processo acontece porque um conselheiro não votou na eleição e fez esse questionamento na Justiça. Houve uma decisão desproporcional, na minha opinião, do juiz Albiani decretando a intervenção no clube. O razoável seria que ele vote ou que ele seja reintegrado ao quadro de conselheiros. O curioso, é que nós mostramos inclusive uma matéria no jornal A Tarde, o jornalista Daniel Dórea teve acesso aos livros do clube. Ele viu e registrou que o Jorge Maia não participou das reuniões durante os três anos de conselho. E ele fez esse questionamento. Tudo bem, é um direito dele ir na Justiça. Foi desproporcional. Mas o processo vai continuar. Em algum momento, se a decisão sair favorável, tem que obedecer.
Não. A Justiça está tratando do processo. Eu acredito que nós temos razão. Em algum momento, se a decisão favorável acontecer, eu vou obedecer, como obedeci a decisão lá atrás, de me afastar. Aliás, todo esse processo acontece porque um conselheiro não votou na eleição e fez esse questionamento na Justiça. Houve uma decisão desproporcional, na minha opinião, do juiz Albiani decretando a intervenção no clube. O razoável seria que ele vote ou que ele seja reintegrado ao quadro de conselheiros. O curioso, é que nós mostramos inclusive uma matéria no jornal A Tarde, o jornalista Daniel Dórea teve acesso aos livros do clube. Ele viu e registrou que o Jorge Maia não participou das reuniões durante os três anos de conselho. E ele fez esse questionamento. Tudo bem, é um direito dele ir na Justiça. Foi desproporcional. Mas o processo vai continuar. Em algum momento, se a decisão sair favorável, tem que obedecer.
Mas você foi eleito presidente com um conselho que, segundo a intervenção, mais da metade dos conselheiros não eram nem sócios do clube.
Bom, volto a dizer, é segundo a intervenção. Como, também, estou dizendo, afirmando e mostrando, procura saber do quadro social. Eu estou dizendo que não era (ilegal). Ele está dizendo que era. Como estou dizendo que agora é. A Justiça é quem vai decidir.
Bom, volto a dizer, é segundo a intervenção. Como, também, estou dizendo, afirmando e mostrando, procura saber do quadro social. Eu estou dizendo que não era (ilegal). Ele está dizendo que era. Como estou dizendo que agora é. A Justiça é quem vai decidir.
Você afirma que todos os conselheiros que te colocaram como presidente do Bahia eram sócios?
Afirmo. Todos eles eram sócios. A intervenção disse que eu não era sócio, imagine!? (risos)
Afirmo. Todos eles eram sócios. A intervenção disse que eu não era sócio, imagine!? (risos)
Essa é a questão. Você ficou com pendência de documentos e seu título seria remido comprado de terceiros, então você não poderia votar nem ser votado. O que você tem a dizer sobre isso?
Exatamente, mas não tem em lugar nenhum do estatuto. O que aconteceu? Em determinado momento a intervenção disse que eu não era sócio do clube. Fiz o questionamento de porquê não sou sócio. O que quer que eu apresente? Quer que eu apresente o título comprado e a carteira de sócio. Bom, eu sou sócio do Bahiano de Tênis, eu sou sócio do Yatch Club. Não tenho a carteira e não tenho o título que eu comprei há 15 anos. Eu não sei onde é que está. Eu não guardo papel. O clube é que tem que ter em seus registros a minha compra. Eu não tenho o título. O que eu disse foi o seguinte: você quer que eu apresente a carteira e o título, mas eu não tenho, eu perdi. Agora, você é que tem a obrigação de olhar no arquivo e ver que eu comprei o título. Aí ele respondeu que eu estava apto, de repente. Eu não estava apto em um dia, mas no outro dia eu passei a ser apto sem apresentar documentação nenhuma. Eu não apresentei nada.
Exatamente, mas não tem em lugar nenhum do estatuto. O que aconteceu? Em determinado momento a intervenção disse que eu não era sócio do clube. Fiz o questionamento de porquê não sou sócio. O que quer que eu apresente? Quer que eu apresente o título comprado e a carteira de sócio. Bom, eu sou sócio do Bahiano de Tênis, eu sou sócio do Yatch Club. Não tenho a carteira e não tenho o título que eu comprei há 15 anos. Eu não sei onde é que está. Eu não guardo papel. O clube é que tem que ter em seus registros a minha compra. Eu não tenho o título. O que eu disse foi o seguinte: você quer que eu apresente a carteira e o título, mas eu não tenho, eu perdi. Agora, você é que tem a obrigação de olhar no arquivo e ver que eu comprei o título. Aí ele respondeu que eu estava apto, de repente. Eu não estava apto em um dia, mas no outro dia eu passei a ser apto sem apresentar documentação nenhuma. Eu não apresentei nada.
Seu título foi comprado diretamente no clube ou na mão de terceiros?
Meu título foi comprado em maio de 97. Se eu não me engano, na mão de terceiros, porque na época o clube não tinha mais a emissão de títulos remidos.
Meu título foi comprado em maio de 97. Se eu não me engano, na mão de terceiros, porque na época o clube não tinha mais a emissão de títulos remidos.
Não vou responder se a joia é justa ou não é. É o anseio da torcida que seja R$ 10? Então vai ser R$ 10. Se, por acaso, amanhã eu voltar ao clube, não vou mexer nisso. A gente vai regularizar o que foi feito de maneira, na minha visão, ilegal."
Marcelo Guimarães Filho
Foi você ou seu pai que comprou?
É muito tempo para lembrar dessa informação. Essa era uma prática antiga, as pessoas compravam e davam para os filhos. Meu número é 222.
É muito tempo para lembrar dessa informação. Essa era uma prática antiga, as pessoas compravam e davam para os filhos. Meu número é 222.
Você acha que é justa a joia do Bahia ser R$ 10?
Bom, eu acho o seguinte, não vou responder se a joia é justa ou não é. É o anseio da torcida que seja R$ 10? Então vai ser R$ 10. Se, por acaso, amanhã eu voltar ao clube, não vou mexer nisso. A gente vai regularizar o que foi feito de maneira, na minha visão, ilegal. Se a torcida quer que seja R$ 10, vai ser R$ 10. Agora, o que me causa espécie é Osorinho do Bahia, Sidônio, que é o Osorinho (referência ao ex-presidente Osório Villas-Boas) do Bahia hoje, dizer durante todo esse processo que o Bahia teria 50 mil sócios, depois reduzir para 40 mil sócios, que 18 mil estavam aptos, que 18 mil iam votar e, no dia da mudança do estatuto, apenas três mil apareceram lá e, se você tirar os 300 antigos, a conta cai para 2.700, e nem cinco mil terem ido votar para presidente. E essa lista, segundo os candidatos que concorreram com o presidente colocado pela intervenção, não foi liberada. Não sou eu que estou dizendo, foram os candidatos que disseram.
Bom, eu acho o seguinte, não vou responder se a joia é justa ou não é. É o anseio da torcida que seja R$ 10? Então vai ser R$ 10. Se, por acaso, amanhã eu voltar ao clube, não vou mexer nisso. A gente vai regularizar o que foi feito de maneira, na minha visão, ilegal. Se a torcida quer que seja R$ 10, vai ser R$ 10. Agora, o que me causa espécie é Osorinho do Bahia, Sidônio, que é o Osorinho (referência ao ex-presidente Osório Villas-Boas) do Bahia hoje, dizer durante todo esse processo que o Bahia teria 50 mil sócios, depois reduzir para 40 mil sócios, que 18 mil estavam aptos, que 18 mil iam votar e, no dia da mudança do estatuto, apenas três mil apareceram lá e, se você tirar os 300 antigos, a conta cai para 2.700, e nem cinco mil terem ido votar para presidente. E essa lista, segundo os candidatos que concorreram com o presidente colocado pela intervenção, não foi liberada. Não sou eu que estou dizendo, foram os candidatos que disseram.
O que aconteceu nesse processo foi claramente um aparelhamento político da situação. Me causa espécie que um secretário de estado tenha saído de suas atribuições de secretário de estado para concorrer à presidente do clube. Que um presidente de uma empresa pública, como é a Ebal, com status de secretário de estado, saia da secretaria para ser diretor administrativo do clube, que um assessor de imprensa da secretaria de indústria e comércio saia de seus afazeres para ser assessor de imprensa do Bahia. Ligação mais clara do que essa com o governo do PT, eu não consigo enxergar. A participação de Osorinho em todo esse processo, o tempo inteiro. Teve reunião com os jogadores essa semana. Quem comandou a reunião foi Sidônio Palmeira, marqueteiro do PT. Quem vai ao clube todos os dias é Sidônio Palmeira. Eu pergunto: qual é o cargo de Sidônio Palmeira nessa nova gestão? Ninguém aqui sabe responder. O que eu sei é que ele é marqueteiro do governo do PT. O que ele está fazendo todo dia no Fazendão eu não consigo entender.
Eu respeito as pessoas que têm história no clube. Até aquelas que fazem oposição a mim. Todas elas que fazem oposição a mim. Jorge Maia, todos esses outros. Eu respeito porque são pessoas que militam no clube, que são torcedores do Bahia. Divergem de mim, pensam diferente, mas são torcedores. Sidônio Palmeira nunca foi em um estádio, não sabe que a bola é redonda. Não tem uma militância no clube, nada. O que é que ele está fazendo nesse processo, em todos estes 60 dias? O que é que ele está lá dentro do Bahia todos esses dias? Ele cuida das contas do governo. A sua empresa, Ativa, é quem capta recursos para a Arena Fonte Nova. É a empresa de Sidônio Palmeira. Essa relação é que precisa ser explicada. Sidônio Palmeira, Ativa, Arena Fonte Nova, Leiaute, contas do governo do estado, participação dele no Bahia esse tempo inteiro. Eminência parda do clube. Eu assistia debates durante esse processo que sinceramente me dava pena de ver as pessoas perguntarem a Fernando Schmidt e ver Sidônio responder.
Mas aí não entra uma questão que é a tônica do que você disse durante essa conversa toda que talvez seja imoral, mas não é ilegal?
Não. Eu disse o seguinte: no caso de minhas irmãs, elas eram contratadas pelo clube, tinham um motivo para estar lá. Sidônio não é nada do clube. Então ele tem que ser vice-presidente e ir para lá, tudo bem, não tem problema nenhum. Mas ele tem que ter um cargo, qual é o cargo? O cargo legitima a presença dele lá. Mas não tem. Ele está lá fazendo o que? Ele é marqueteiro do PT, é dono da Leiaute. Foi ele quem reuniu com Anderson Barros, ele que reuniu com os jogadores, ele quem reuniu com os vice-presidentes, ele é quem está lá todos os dias. Aliás, eu acho que vocês até, que são jornalista e querem ter informações do Bahia, não têm de perguntar ao presidente colocado pela intervenção. Tem de perguntar ao Sidônio. Ele que tem de ser entrevistados.
Não. Eu disse o seguinte: no caso de minhas irmãs, elas eram contratadas pelo clube, tinham um motivo para estar lá. Sidônio não é nada do clube. Então ele tem que ser vice-presidente e ir para lá, tudo bem, não tem problema nenhum. Mas ele tem que ter um cargo, qual é o cargo? O cargo legitima a presença dele lá. Mas não tem. Ele está lá fazendo o que? Ele é marqueteiro do PT, é dono da Leiaute. Foi ele quem reuniu com Anderson Barros, ele que reuniu com os jogadores, ele quem reuniu com os vice-presidentes, ele é quem está lá todos os dias. Aliás, eu acho que vocês até, que são jornalista e querem ter informações do Bahia, não têm de perguntar ao presidente colocado pela intervenção. Tem de perguntar ao Sidônio. Ele que tem de ser entrevistados.
Aliás, tem de resolver o problema do time. Tem que parar de fazer festa porque ganhou a eleição, tem que parar de fazer festa porque assumiu o clube, tem que parar de dar entrevista. Não pode, no primeiro jogo, com o Bahia em uma situação difícil no campeonato e jogando com um adversário direto, o presidente não estar na Fonte Nova, estar em São Paulo dando entrevista. Tem que estar cuidando do time. Quero saber se em dezembro, se o Bahia cair, o que é que vai se dizer. Vai dizer que fui eu? Eu saí do clube, o Bahia estava em quinto lugar no campeonato. Quando o Bahia estava ganhando durante a intervenção, foi a intervenção que botou o time para ganhar. Não venham dizer, quando o time perdeu, que foi o time que eu montei. Quando estava ganhando eu não prestava. Quando passou a ganhar foi a intervenção. Nesses dois meses eu já teria contratado, existia um planejamento para contratações. O clube ficou parado nesses dois meses. Tem que contratar. Tem que tirar a bunda da cadeira, parar de dar entrevista e cuidar do time.
Mas você não acha que não existe esse tipo de planejamento? Por que esse planejamento de contratação repete todo ano e o Bahia brigando para não cair. Você ia acabar contratando e o Bahia, pelo andar da carruagem, vai continuar brigando para não cair. O elenco é fraco.
Mas são duas coisas que precisam ser colocadas. O que aconteceu no Campeonato Baiano eu digo e repito. Basta ver a posição dos dois clubes no Campeonato Brasileiro, basta ver que os dois clubes foram eliminados no mesmo momento na Copa do Brasil. Os dois clubes estão andando lado a lado no Campeonato Brasileiro. Não há diferença. O que há, e eu faço minha mea culpa, em determinado momento do Campeonato Baiano eu não consegui enxergar que os problemas internos estavam interferindo no campo. Tomei uma decisão errada como presidente. Como vou acertar e vou errar. Como outros vão acertar e vão errar. Isso é uma coisa. Outra coisa é a conjuntura atual do futebol brasileiro em que clubes como o Bahia, Sport, Vitória, Coritiba, Atlético-PR, salvo um momento ou outro, vão ter dificuldades para disputar o campeonato de pontos corridos. Agora, é fato que até eu estar à frente do clube, não estávamos em quinto lugar. É fato que, com dificuldades ou não, eu mantive o clube dois anos no Campeonato Brasileiro da Série. É fato que eu fui campeão baiano. Agora, é preciso cuidar do clube daqui para frente. Não adianta nada ficar resmungando. Se o meu planejamento estava errado, faça melhor. Planeje melhor. Se minhas contratações eram erradas, contrate melhor, mas resolva. A torcida quer que o time ganhe. Eu assisto ao jogo com meus filhos, torcendo para o Bahia ganhar, sofrendo. Não quero saber quem está à frente do clube. Quero que ele ganhe. É o que a torcida quer. Tem que resolver o problema, parar de fazer festa.
Houve uma reunião entre uma goleada e outra nos Ba-Vis, na casa de Davidson Botelho, com você, Davidson, Sidônio Palmeira... Foi negociada sua renúncia?
Não. Todas as conversas que eu tive, essa foi uma das conversas, eu sempre coloquei claramente que não ia renunciar. Não tem motivo para renunciar. Não vou renunciar. Se algum movimento extra de Justiça, que dava confiança naquela época a essas pessoas de que ganhariam na Justiça... Eu confio na Justiça, mas se havia, tome suas providências. Não há nenhum motivo para eu sair. Não há pressão que me faça sair dessa forma e vou cumprir o mandato da forma como planejei. Terminar meu mandato em 2014, passar para outra pessoa e cuidar da minha vida.
Não. Todas as conversas que eu tive, essa foi uma das conversas, eu sempre coloquei claramente que não ia renunciar. Não tem motivo para renunciar. Não vou renunciar. Se algum movimento extra de Justiça, que dava confiança naquela época a essas pessoas de que ganhariam na Justiça... Eu confio na Justiça, mas se havia, tome suas providências. Não há nenhum motivo para eu sair. Não há pressão que me faça sair dessa forma e vou cumprir o mandato da forma como planejei. Terminar meu mandato em 2014, passar para outra pessoa e cuidar da minha vida.
Você acredita que pode voltar? Você quer voltar? Você se candidataria para assumir novamente o cargo no futuro?
Meu projeto o tempo inteiro, antes do processo de intervenção, era terminar meu segundo mandato. Me candidatei para mais três anos para implementar os projetos que a gente tinha de inaugurar a Cidade Tricolor, jogar na Fonte Nova, ganhar três baianos, ser campeão da Copa do Brasil e continuar na Série A chegando o mais longe possível. Esses eram e continuam sendo meus planos. O processo está na Justiça. Eu tenho que acreditar. Eu acho que a Justiça precisa decidir. Em algum momento será decidido quem está certo e quem está errado. Eu acho que estou certo e acredito que a sentença sairá a meu favor. Tenho desejo de cumprir meu mandato.
Meu projeto o tempo inteiro, antes do processo de intervenção, era terminar meu segundo mandato. Me candidatei para mais três anos para implementar os projetos que a gente tinha de inaugurar a Cidade Tricolor, jogar na Fonte Nova, ganhar três baianos, ser campeão da Copa do Brasil e continuar na Série A chegando o mais longe possível. Esses eram e continuam sendo meus planos. O processo está na Justiça. Eu tenho que acreditar. Eu acho que a Justiça precisa decidir. Em algum momento será decidido quem está certo e quem está errado. Eu acho que estou certo e acredito que a sentença sairá a meu favor. Tenho desejo de cumprir meu mandato.
Se candidataria novamente?
Não, porque não era meu plano.
Não, porque não era meu plano.
Como você lida com a rejeição da torcida?
Com tranquilidade. Todas as torcidas têm paixão igual, a torcida do Bahia é a melhor do Brasil, mas a paixão é igual. Tem um depoimento de um presidente campeão da Libertadores, que a torcida vivia rejeitando e depois carregou. Eu, há um ano atrás... Quando a intervenção começou, pouco mais de um ano antes eu estava carregado. É natural, futebol é isso. Você ganha, é exaltado. Você perde... Eu não estou deixando de fazer minhas atividades, saio normalmente, nunca fui agredido, nem verbalmente, nem fisicamente. Ontem, é curioso, fui comprar numa delicatessen perto lá de casa, o cara me perguntou como estava o processo na Justiça. Agora, óbvio que eu enxergo que o torcedor... Até porque o processo é muito complicado, a gente sabe das forças que estão contra mim neste processo, mas não tenho medo nenhum de voltar à presidência e terminar bem meu mandato.
Com tranquilidade. Todas as torcidas têm paixão igual, a torcida do Bahia é a melhor do Brasil, mas a paixão é igual. Tem um depoimento de um presidente campeão da Libertadores, que a torcida vivia rejeitando e depois carregou. Eu, há um ano atrás... Quando a intervenção começou, pouco mais de um ano antes eu estava carregado. É natural, futebol é isso. Você ganha, é exaltado. Você perde... Eu não estou deixando de fazer minhas atividades, saio normalmente, nunca fui agredido, nem verbalmente, nem fisicamente. Ontem, é curioso, fui comprar numa delicatessen perto lá de casa, o cara me perguntou como estava o processo na Justiça. Agora, óbvio que eu enxergo que o torcedor... Até porque o processo é muito complicado, a gente sabe das forças que estão contra mim neste processo, mas não tenho medo nenhum de voltar à presidência e terminar bem meu mandato.
A política no futebol é benéfica para o clube?
Acho que você não pode (...) uma entidade como Bahia, como o Flamengo, Atlético-MG, tem força política e você precisa da força política para estar se relacionando, mas há uma diferença muito grande de quando eu assumi, estando deputado federal, para o momento atual. Primeiro, eu não usei o Bahia para me eleger. Eu disputei três eleições antes de ser presidente do Bahia, todas as eleições eu venci, todas as três sem usar o Bahia em momento nenhum. Na minha última eleição em momento algum vocês me viram colocar outdoor, colocar carro de som, colocar carro de som na porta de Pituaçu, como vários colocaram, nunca coloquei para me aproveitar do torcedor. E outra diferença brutal é que na minha gestão não existiam políticos como agora.
Acho que você não pode (...) uma entidade como Bahia, como o Flamengo, Atlético-MG, tem força política e você precisa da força política para estar se relacionando, mas há uma diferença muito grande de quando eu assumi, estando deputado federal, para o momento atual. Primeiro, eu não usei o Bahia para me eleger. Eu disputei três eleições antes de ser presidente do Bahia, todas as eleições eu venci, todas as três sem usar o Bahia em momento nenhum. Na minha última eleição em momento algum vocês me viram colocar outdoor, colocar carro de som, colocar carro de som na porta de Pituaçu, como vários colocaram, nunca coloquei para me aproveitar do torcedor. E outra diferença brutal é que na minha gestão não existiam políticos como agora.
Você acha que o que você falou da primeira-dama influenciou em algo?
Não. Até porque eu não falei nada demais. Tudo aquilo que eu falei foi uma reação ao que foi dito anteriormente de mim. Fui atacado por pessoas públicas que militam na política, como eu milito também. Então, esse é o embate político. Se a pessoa fala, tem que saber ouvir. Não falei nenhuma inverdade da senadora Lídice, de Nelson Pelegrino, não falei nenhuma inverdade. Sobre a primeira dama, eu reconheço que o que eu falei pode ter gerado interpretações diversas e afirmo novamente que não disse nenhuma intenção de expressar aquilo que eu quis dizer, que ela é uma pessoa que nasceu no bairro em que eu nasci, eu conheço a família dela, ela conhece a minha família, há muito tempo. Então ela sabe quem eu sou e eu sei quem ela é. Foi isso o que eu falei, mais nada. Não a conheço, não tenho intimidade.
Não. Até porque eu não falei nada demais. Tudo aquilo que eu falei foi uma reação ao que foi dito anteriormente de mim. Fui atacado por pessoas públicas que militam na política, como eu milito também. Então, esse é o embate político. Se a pessoa fala, tem que saber ouvir. Não falei nenhuma inverdade da senadora Lídice, de Nelson Pelegrino, não falei nenhuma inverdade. Sobre a primeira dama, eu reconheço que o que eu falei pode ter gerado interpretações diversas e afirmo novamente que não disse nenhuma intenção de expressar aquilo que eu quis dizer, que ela é uma pessoa que nasceu no bairro em que eu nasci, eu conheço a família dela, ela conhece a minha família, há muito tempo. Então ela sabe quem eu sou e eu sei quem ela é. Foi isso o que eu falei, mais nada. Não a conheço, não tenho intimidade.
A contratação do advogado Antônio Carlos Castro, o Kakay, foi feita com a intenção de ser pago pelo Bahia?
Contratei ele enquanto presidente do clube. O réu da ação é o Esporte Clube Bahia. A ação é Jorge Maia contra o Esporte Clube Bahia. Então, quem tem que se defender na Justiça, quem está se defendendo na Justiça é o Esporte Clube Bahia. Eu não consigo enxergar outra atitude a não ser essa. Foi contratado para defender o Esporte Clube Bahia que é o réu da ação. Essa presidência que está aí é uma presidência sub-júdice até chegar a decisão final. Ao final a Justiça vai dizer quem está certo e quem está errado.
Contratei ele enquanto presidente do clube. O réu da ação é o Esporte Clube Bahia. A ação é Jorge Maia contra o Esporte Clube Bahia. Então, quem tem que se defender na Justiça, quem está se defendendo na Justiça é o Esporte Clube Bahia. Eu não consigo enxergar outra atitude a não ser essa. Foi contratado para defender o Esporte Clube Bahia que é o réu da ação. Essa presidência que está aí é uma presidência sub-júdice até chegar a decisão final. Ao final a Justiça vai dizer quem está certo e quem está errado.
Você acha que o poder executivo influenciou no judiciário?
Não posso fazer essa afirmação. Eu seria irresponsável. Espero que não, mas não vou fazer essa acusação.
Não posso fazer essa afirmação. Eu seria irresponsável. Espero que não, mas não vou fazer essa acusação.
Quando você falou do PT, você diz que o PT está usando o Bahia com fins eleitorais?
Para mim, claramente. Basta ver as pessoas que estão lá. Repito, as pessoas que estão lá hoje são pessoas que estavam no governo. Então, é claro o aparelhamento do governo no Esporte Clube Bahia. Espero que não façam com o Bahia o que fizeram com o Estado. O Estado está quebrado. Não sou eu quem estou dizendo, é o ex-secretário da Fazenda do Estado.
Provei uma série de mentiras que foram ditas pelo pessoal da intervenção e pelo atual presidente. Por exemplo, que o Bahia tinha antecipado, que eu tinha antecipado as receitas do clube para os próximos três anos. Vocês receberam por email e está aqui. Eu antecipei R$ 6 milhões até dezembro e a intervenção antecipou mais R$ 2 milhões, e com a Fonte Nova também.
Para mim, claramente. Basta ver as pessoas que estão lá. Repito, as pessoas que estão lá hoje são pessoas que estavam no governo. Então, é claro o aparelhamento do governo no Esporte Clube Bahia. Espero que não façam com o Bahia o que fizeram com o Estado. O Estado está quebrado. Não sou eu quem estou dizendo, é o ex-secretário da Fazenda do Estado.
Provei uma série de mentiras que foram ditas pelo pessoal da intervenção e pelo atual presidente. Por exemplo, que o Bahia tinha antecipado, que eu tinha antecipado as receitas do clube para os próximos três anos. Vocês receberam por email e está aqui. Eu antecipei R$ 6 milhões até dezembro e a intervenção antecipou mais R$ 2 milhões, e com a Fonte Nova também.
E o bônus da Globo?
Bom você tocar nisso. Não existe antecipação desse recurso. A Globo pagou a todos os 20 clubes do Brasil que disputam o Campeonato Brasileiro da Série A, ao Bahia, ao Vitória, ao Internacional, ao Corinthians, etc, o valor pela assinatura do contrato. Pagou na hora. Isso não é antecipação de receita.
Bom você tocar nisso. Não existe antecipação desse recurso. A Globo pagou a todos os 20 clubes do Brasil que disputam o Campeonato Brasileiro da Série A, ao Bahia, ao Vitória, ao Internacional, ao Corinthians, etc, o valor pela assinatura do contrato. Pagou na hora. Isso não é antecipação de receita.
Você mandou um email para explicar a negociação de Gabriel onde diz tem um extrato que foi tirado quando a intervenção estava em andamento. Você teve acesso à conta do Bahia durante a intervenção e ainda tem?
Não tenho mais acesso a conta do Bahia. O fato é que até antes do processo de intervenção eu tinha acesso a conta. Parei de ter quando a intervenção.
Não tenho mais acesso a conta do Bahia. O fato é que até antes do processo de intervenção eu tinha acesso a conta. Parei de ter quando a intervenção.
Mas o extrato foi tirado durante a intervenção...
Bom, prefiro não falar sobre isso. O fato é que vocês tiveram acesso ao email provando que o recurso entrou na conta do clube.
Bom, prefiro não falar sobre isso. O fato é que vocês tiveram acesso ao email provando que o recurso entrou na conta do clube.
Para deixar claro, sobre a empresa Consultiva: seu pai e seu irmão são sócios?
São.
São.
Por que o Bahia contratou a empresa de seu pai e de seu irmão e o que você tem a dizer sobre isso?
Eles são sócios sim. O Bahia não contratou essa empresa para nada e não existe aquilo, o valor de R$ 2,3 milhões depositados na conta da Consultiva. Quem está lá dentro tem toda a ferramenta para provar isso. Isso é uma mentira.
Eles são sócios sim. O Bahia não contratou essa empresa para nada e não existe aquilo, o valor de R$ 2,3 milhões depositados na conta da Consultiva. Quem está lá dentro tem toda a ferramenta para provar isso. Isso é uma mentira.
Você leu o relatório da auditoria?
Não. Eu pedi ao Ministério Público e soube que está disponível em algum lugar, mas eu não tive acesso ainda.
Não. Eu pedi ao Ministério Público e soube que está disponível em algum lugar, mas eu não tive acesso ainda.
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